Uma louca tempestade, onde não há abrigo.: agosto 2011

sábado, 13 de agosto de 2011

Escrevi aqui o que, no momento da ligação, não tava pronto pra falar. Eu sei que pareço mais um idiota que passou em sua vida, e acredito nisso, realmente fui. Quando você disse que eu poderia fazer de novo, ainda não tinha caído a ficha que é verdade. Eu to num momento totalmente bipolar em minha vida e, por estar nele, nem percebo quando ataco as pessoas, que acho que num era nada demais. Acredito que agora eu esteja em um momento ‘lúcido’ pra poder dizer tudo isso aqui. Percebi que não lutei pela gente, e você tem toda razão quanto às partes negativas que existem e se sobressaem. Eu não tenho argumentos pra lutar. Agora volto aquele dia que falei no telefone: - Não importa o que aconteça que eu vou te amar. - Ainda sinto o mesmo. Minhas ações contraditórias e inconstantes não deixaram você ver isso, e acabou acontecendo o contrário. Eu te amo pelo Un-hun que diz ao telefone, pelo amor que tem pela música, pelas histórias engraçadas e tensas pra contar. Eu não fiz nenhuma ação e não demonstrei nenhuma característica para poder ser amado, só erros, erros e erros, e sou ciente disso. Esperava que tivesse me conhecido em um momento em que eu tivesse em meu normal, digamos; em que eu fosse realmente quem sou, a pessoa que eu amo e que poderia ser amada. Parece idiota, mas sinto falta de mim; ficaram apenas os pedaços embaraçados e complexos. Profundamente acho uma pena que tudo tivesse de acontecer assim. Meu objetivo agora é, primeiramente, pedir desculpas por tudo isso, e te digo de coração que não foi a intenção. Me dói, e muito, só em pensar que magoei, chateei você; sei que o que tá feito não se desfaz. Outro objetivo agora é continuar. Absorver tudo isso com os olhos cheios de lágrimas e partir pra frente; finalmente esse maldito tratamento vai terminar. Quando sua mágoa amenizar, peço-te que espere por mim se eu ainda não estiver pronto, que eu sei que serei um bom amigo, que tentarei conseguir transformar todo esse amor que estraguei em um amor de amizade. Já sinto saudades.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A cada dia que passa, vou engolindo meu orgulho, assim como um bêbado toma toda sua cachaça, assim como um suicida toma seu veneno. Pois é, eu mudei, mas não venha pensando que eu mudei por ti, porque você não vale nem o prato que come, ou o ar que respira. De tanto apanhar, acabei me tornando forte, e agora, por consequência, aprendi a derrubar. Não venha até mim mendigando amor, implorando sentimento. De mim você não merece pena, ou nojo, porque agora percebo que você não é digno de nada. Lembro de quando você me fazia feliz, me fazia rir por bobagens... bons tempos? Podem até ser que sim, mas pra mim não passam de feixes de memória que aos poucos vão sendo apagadas de mim. Você poderia ter sido o tal, mas pra mim, não passou de um qualquer.



Faça-me o favor de retirar essas suas roupas imundas do chão do meu quarto. 
Jefferson Arruda.


Por que será que o orgulho sobe tanto a cabeça as pessoas? As vezes, chega a ser mais bonito ver uma pessoa deixar o braço a torcer e pedir desculpas, sabia? Porra! Desce desse enorme salto alto que te sustenta, calça o sapatinho da humildade e tenta seguir tua vida. Tudo em excesso atrapalha, e quando eu digo tudo é porque é tudo MESMO.
Se você segue a vida com muito orgulho, acaba afastando as pessoas de você. Você involuntariamente acaba construindo uma barreira na frente de si mesmo, e  assim, por consequência, a solidão vem. E eu vou te dizer uma coisa, neguinho, solidão é a pior coisa que existe.
Quando a solidão bate, é como se ninguém ligasse pra ti. Você acorda, come, vai trabalhar, volta pra casa, toma banho, vai deitar e quando coloca a cabeça no travesseiro, acaba se dando conta que ninguém liga pra o que você faz durante o dia. Você acaba se tornando um zero a esquerda para a sociedade.

E aí? Vai preferir morrer só ou vai se aproximar de alguém pra compartilhar tua dor?


Desabafo. 
Jefferson Arruda.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

- Dois cubos de gelo, por favor! Dizia a simplória garota ao garçom, enquanto olhava para o seu príncipe nada encantado.

- Precisamos conversar, não consigo mais guardar esse sentimento! Dizia o príncipe nada encantado, enquanto desviava o olhar para o garçom, que estava de saída.

Ela, com o coração apertado de tanta apreensão, mexia o seu chá, fazendo com o único som do local fosse o tilintar da colher.

- Você sabe que eu te amo. Dizia ela, enquanto observava o seu semblante triste; era como se o seu coração quisesse parar de bater.

O silêncio havia tomado conta do local.


O celular toca, quebrando o silêncio do casal. Ele, sem falar nada, leva o celular até a sua orelha, e sem demora, desliga, levando-o até o bolso  da sua camisa. Assim, ainda em silêncio, ele se levanta, olhando-a nos olhos, dando-lhe as costas e caminhando em direção a porta.

A jovem observa ele caminhar, e assim, sua expressão de surpresa vai dando lugar a olhos carregados de lágrimas; onde habitava um sorriso de alegria, agora não passava de um sorriso frustrado. Ao ver o seu príncipe nada encantando entrando num carro de uma linda loura, as lágrimas presas em seu olhar percorriam o seu rosto.

Logo que ela viu o beijo, sentiu como se o seu coração fosse arrancado e o oxigênio não chegasse até seus pulmões. Ela abaixou a cabeça, procurando não olhar, e assim, por um instante, tentou esquecer a dor que tomava conta do seu corpo, mas as lembranças dos momentos juntos pareciam ser mais fortes que ela. 

- Mais gelo, senhorita?



O amor vai rasgar e sangrar, e o abandono te arrancará órgãos.
Jefferson Arruda.
Eu deixei cair, meu coração, e enquanto ele caía, você surgiu para reivindicá-lo. Estava escuro e eu estava toda queimada, até que você beijou meus lábios e me salvou. Minhas mãos são fortes, mas meus joelhos eram muito fracos para ficar em seus braços sem cair aos seus pés. Mas há um lado, em você, que eu nunca soube, nunca soube. Todas as coisas que você disse nunca foram verdade, nunca foram verdade, e os jogos que você jogaria, você sempre ganharia, sempre ganharia.
Mas eu ateei fogo à chuva, e fiquei vendo ela cair enquanto eu tocava seu rosto. Quando ela me queimou, bem, eu chorei, porque eu a ouvi gritando seu nome, seu nome! Quando deito, com você, eu poderia ficar lá, fecho meus olhos, sinto você aqui para sempre. Você e eu juntos, nada é melhor! Porque existe um lado, de você, que eu nunca soube, nunca soube. Todas as coisas que você diz, nunca é verdade, nunca é verdade. E os jogos que você jogaria, você sempre ganharia, sempre ganharia. Eu ateei fogo à chuva e eu me senti perdida em meio às chamas. Quando ela caiu, algo morreu.

Porque eu sabia que era a última vez, a última vez!
Adele - Set  fire to the rain.
Jefferson Arruda.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

E já cansado, com o peito martelando de tanta angústia, mais uma vez ele foi ao seu boteco de sempre, tomar sua velha pinga e ouvir mais um samba, um samba de amor. Só que essa não era uma simples noite de quarta-feira como as outras... era um começo de uma nova história; uma história carregada de muita tensão e mistério.
Era ela, com um ar soberano, um ar de luxúria, que estava adentrando o sujo e libidinoso boteco.
Como uma criança, que ama pela primeira vez, o coração do velho-jovem ardia novamente - era como se o baú que guardava o seu coração fosse aberto e as correntes que o prendiam fosse libertas - e assim, como de costume, virou garganta a dentro a pinga que havia em seu copo.
Lá estava ela, sentada, com uma delicadeza angelical, enquanto saboreava o seu martíni - e ao mesmo tempo, ela estava com uma feição diabólica, o encarando. - Era como se a dama de vermelho invadisse o seu pensamento... o seu cheiro estava tomando conta do boteco, era como se uma droga para o velho-jovem.
Ao terminar sua bebida, ela encarou-lhe pela ultima vez, e assim, deixou o dinheiro sobre a mesa, retocando o seu batom e por fim, saindo com o mesmo ar soberano e luxuoso que havia entrado. Sem demora, o velho-jovem gritou para que o garçom o esperasse e correu atrás da misteriosa mulher.
No lado de fora, ela caminhava lentamente, como se já soubesse que o velho-jovem iria a sua procura. Fascinado pelo ar de mistério, vai atrás dela, tocando o seu ombro. Ela, por vez, virou-se, guiando-o até a parede, e assim, olhando em seus olhos, enquanto o pergunta:

- Você morreria de amor por essa noite?


Com o coração acelerado, com a cabeça confusa, ele deixou a emoção falar mais alto, e  nem precisava responder a pergunta da mulher misteriosa, porque sua expressão facial era mais do que óbvia.
Logo, com um sorriso diabólico, ela fechou os olhos e aproximou o rosto, selando os lábios do velho-jovem.

- Nossa, será que ele morreu mesmo? Não consigo sentir sua pulsação e ele não está respirando! - Dizia uma mulher, preocupada.

- Vamos aguardar a ambulância chegar para ver no que vai dar! Mas isso já era de se esperar... toda noite ele sempre vinha aqui, tomava sempre muita pinga, saindo daqui sempre bêbado. E eu já havia notado que ele sempre olha para aquela mesa velha, que fica sempre vazia... era como se ele visse alguém!!!
- Dizia o garçom, quase que lamentando.


E esse foi o fim do velho-jovem.
Jefferson Arruda.