Uma louca tempestade, onde não há abrigo.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

- Dois cubos de gelo, por favor! Dizia a simplória garota ao garçom, enquanto olhava para o seu príncipe nada encantado.

- Precisamos conversar, não consigo mais guardar esse sentimento! Dizia o príncipe nada encantado, enquanto desviava o olhar para o garçom, que estava de saída.

Ela, com o coração apertado de tanta apreensão, mexia o seu chá, fazendo com o único som do local fosse o tilintar da colher.

- Você sabe que eu te amo. Dizia ela, enquanto observava o seu semblante triste; era como se o seu coração quisesse parar de bater.

O silêncio havia tomado conta do local.


O celular toca, quebrando o silêncio do casal. Ele, sem falar nada, leva o celular até a sua orelha, e sem demora, desliga, levando-o até o bolso  da sua camisa. Assim, ainda em silêncio, ele se levanta, olhando-a nos olhos, dando-lhe as costas e caminhando em direção a porta.

A jovem observa ele caminhar, e assim, sua expressão de surpresa vai dando lugar a olhos carregados de lágrimas; onde habitava um sorriso de alegria, agora não passava de um sorriso frustrado. Ao ver o seu príncipe nada encantando entrando num carro de uma linda loura, as lágrimas presas em seu olhar percorriam o seu rosto.

Logo que ela viu o beijo, sentiu como se o seu coração fosse arrancado e o oxigênio não chegasse até seus pulmões. Ela abaixou a cabeça, procurando não olhar, e assim, por um instante, tentou esquecer a dor que tomava conta do seu corpo, mas as lembranças dos momentos juntos pareciam ser mais fortes que ela. 

- Mais gelo, senhorita?



O amor vai rasgar e sangrar, e o abandono te arrancará órgãos.
Jefferson Arruda.

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